Ponto de equilíbrio econômico: o que é e como calcular

Ao menos 30% dos comércios no Brasil não sobrevivem por mais de 5 anos, segundo o Sebrae. Para driblar essa estatística, é necessário cuidar muito bem das finanças do negócio. Dois meios de obter esse controle são a utilização de um sistema de gestão financeira e por meio de métricas valiosas, como o ponto de equilíbrio financeiro.

Quando bem acompanhado pelo gestor, o ponto de equilíbrio se torna um relevante indicador para o controle de fluxo de caixa, visto que identifica o número mínimo de vendas necessárias a cada mês para obter lucro. Dessa forma, as informações podem ser utilizadas para traçar metas e estratégias comerciais.

O que você acha de entender melhor como funciona o ponto de equilíbrio financeiro, quais são os tipos existentes e como fazer os cálculos? Continue por aqui e fique por dentro!

O que é ponto de equilíbrio?

O ponto de equilíbrio é um indicador financeiro. Ele é representado por algumas fórmulas, e os resultados dos cálculos mostram, aos gestores, o quanto será necessário vender para que as receitas do negócio se igualem aos gastos. Ele também indica em qual momento, a partir das projeções de vendas, o negócio iguala as receitas aos custos.

Quando a empresa realmente atinge esse ponto equilíbrio financeiro? Podemos entender que isso é conquistado quando a receita total do negócio se torna igual à soma dos custos e despesas. Em uma linguagem mais popular, o ponto de equilíbrio é atingido quando a empresa fica no “zero a zero” — não registra nem lucro nem prejuízo.

O indicador também é conhecido pelo seu nome em inglês, break-even point. Por ter essa característica de mostrar o balanço das contas, ele não é exatamente uma métrica para indicar o lucro, mas para a empresa monitorar se o que ela está recebendo cobre os gastos obrigatórios para o negócio continuar funcionando.

Quais são as vantagens de calcular o ponto de equilíbrio?

A principal vantagem de calcular o ponto de equilíbrio é entender quanto a empresa precisa faturar minimamente por mês para cobrir os custos fixos e variáveis. Ou seja, a partir de quantas vendas, o negócio começa a ter lucro.

Vale lembrar que os custos fixos são aqueles que se mantêm independentemente do volume de produção demandado. Alguns exemplos são:

  • preço do aluguel;
  • impostos;
  • contas de água e luz;
  • IPTU;
  • salários;
  • materiais de limpeza;
  • materiais de escritório.

Já os custos variáveis são os que variam conforme o volume de demanda e produção. Alguns exemplos são os gastos relacionados à produção e à mão de obra, matérias-primas, comissões sobre vendas, entre outros.

Muitos gestores de negócios que estão começando agora podem estranhar o fato de calcular o ponto de equilíbrio financeiro, já que a vocação de qualquer negócio é ter lucro. 

A fórmula do ponto de equilíbrio, no entanto, não indica que a empresa não terá lucro. Pelo contrário, ela dá ao gestor uma ideia de qual deve ser o faturamento mínimo para não ter prejuízo. A partir desse dado, fica mais fácil organizar os esforços de vendas, de modo a superar essa meta e começar a lucrar.

Também é importante acompanhar o ponto de equilíbrio financeiro em épocas que você sabe que as vendas são baixas. Assim, é possível criar ações para, ao menos, atingir o equilíbrio nesse período, mantendo as contas em dia. Ao entender esse valor e trabalhar em cima dele, você tem grandes chances de estruturar o crescimento do seu negócio.

Para que serve o ponto de equilíbrio?

O ponto de equilíbrio é um indicador utilizado como uma ferramenta de controle financeiro. Seu principal objetivo é auxiliar os gestores a identificar o volume mínimo de faturamento para que o negócio não opere no vermelho — o que gera consequências negativas no médio e no longo prazo.

O próprio nome indica para que o indicador serve: encontrar o ponto que demonstra qual é a quantidade de produtos e serviços que devem ser comercializados para que os custos e despesas sejam bancados. Assim, o negócio se torna financeiramente viável.

Ele também serve como um ponto de partida para a empresa entender melhor o nível de lucratividade obtido lá na frente. Afinal, ao se encontrar um número equilibrado, tudo o que for comercializado a partir dali se transformará em lucro real.

Tal como a margem de contribuição — outro indicador importante —, o ponto de equilíbrio é fácil de ser calculado e se desdobra em outras modalidades para favorecer a gestão financeira, sobre as quais falaremos daqui a pouco.

Como o ponto de equilíbrio mapeia todos os gastos feitos, a empresa também utiliza os resultados encontrados para entender em quais estágios da sua operação ela consegue economizar recursos ou reajustar a precificação dos produtos.

A análise também aponta exatamente o quanto o negócio precisa ganhar para que todas as despesas sejam quitadas. Nesse sentido, caso você aplique a fórmula e descubra que o negócio está longe de atingir esse valor, poderá avaliar quais mudanças precisam ser feitas para aumentar a produtividade do negócio e obter mais eficiência nas vendas.

Quais são os tipos de ponto de equilíbrio?

Quando falamos em ponto de equilíbrio, o termo pode se referir a três tipos — ponto de equilíbrio contábil, ponto de equilíbrio financeiro e ponto de equilíbrio econômico. Descubra a diferença entre eles!

Ponto de equilíbrio contábil

É o ponto de equilíbrio mais usado pela maioria das empresas. Nele, busca-se entender qual é o mínimo de vendas que deve ser realizado para que a empresa não registre prejuízo.

Para calcular o ponto de equilíbrio contábil, a fórmula é simples: basta dividir o valor dos custos e despesas fixas pela margem de contribuição. O resultado é a receita que sua empresa precisa para igualar os gastos.

Assim, temos a seguinte fórmula:

Ponto de equilíbrio contábil = custos e despesas fixas ÷ margem de contribuição unitária

Ponto de equilíbrio financeiro

Neste modelo, são excluídas do cálculo as despesas não desembolsáveis. Ou seja, que diminuem o lucro no demonstrativo do resultado do exercício (DRE), mas não saem do fluxo de caixa. Um exemplo é a chamada exaustão de ativos, quando há a sua depreciação natural.

O ponto de equilíbrio financeiro, portanto, é baseado principalmente em caixa, desconsiderando despesas como amortização e depreciação, que podem ser incluídas no cálculo do ponto de equilíbrio contábil.

Por exemplo, se você tinha um ativo que valia R$100, mas com o passar dos anos ele passou a valer R$70, esses R$30 perdidos podem entrar na lista de custos ou despesas da empresa, no cálculo do ponto de equilíbrio contábil. No financeiro, esse valor não é incluído.

A fórmula fica da seguinte maneira:

Ponto de equilíbrio financeiro = (gastos fixos – gastos não desembolsáveis) ÷ margem de contribuição unitária

Ponto de equilíbrio econômico

O ponto de equilíbrio econômico é considerado o custo de oportunidade do dinheiro aplicado, de forma com que se tenha a visão do lucro mínimo aceitável. Ele se dá quando a empresa compara o retorno de suas vendas com o retorno que o mercado daria com o capital investido pelo empreendedor, em relação à taxa solicitada.

Nesse caso, o ponto de equilíbrio nos mostra a quantidade de vendas ou o faturamento necessários para a empresa pagar todas as suas despesas fixas, e o custo de oportunidade do capital — uma espécie de correção monetária considerada junto das despesas fixas.

Vamos supor que, caso o empreendedor não tivesse investido na empresa, ele poderia aplicar o dinheiro em um investimento que renderia 15% ao ano.

No cálculo do ponto de equilíbrio econômico, essa margem é considerada, e você só consegue empatar quando, ao pagar todas as despesas, obtiver uma remuneração compatível ao percentual que o dinheiro renderia parado no mercado financeiro.

A fórmula é a seguinte:

Ponto de equilíbrio econômico = (despesas fixas + custos fixos + custo de oportunidade) ÷ margem de contribuição unitária

Como calcular o ponto de equilíbrio econômico?

O cálculo do ponto de equilíbrio econômico (PEE) indica uma receita que cubra os custos e despesas fixas e, ainda, que garanta o lucro mínimo desejado, compatível com o custo de oportunidade. O mais interessante é que o cálculo vai além desse objetivo, ao considerar também os chamados custos de oportunidade.

O custo de oportunidade é aquele valor que uma empresa perde ao escolher entre duas ou mais alternativas. No mundo do empreendedorismo, ele se refere ao dinheiro que o negócio pode não ganhar ao optar por outro investimento.

Para que você entenda melhor o conceito, podemos pensar em um exemplo prático. Imagine que um empreendedor tenha certa quantidade de dinheiro em mãos e esteja considerando a ideia de abrir uma filial da sua marca. Mas essa escolha também implica que ele renuncie a outras oportunidades.

Caso ele abra uma filial, o dinheiro gasto não poderá ser utilizado em investimentos para expandir o ponto físico da loja no qual ele já opera, por exemplo. Ao escolher criar a filial, ele gera um custo de oportunidade, que mede o quanto ele deixaria de lucrar em outro tipo de investimento.

A fórmula do ponto equilíbrio econômico é a seguinte:

PEE = (custos e despesas fixas + custo de oportunidade) ÷ margem de contribuição

Agora, consideremos que os valores relacionados a esse empreendedor do nosso exemplo sejam os seguintes:

  • Custos e despesas fixas da loja nova: R$ 6.000,00;
  • Custo de oportunidade: R$ 10.000,00;
  • Margem de contribuição: R$ 15 por unidade (ou 30%).

Sendo assim:

PEE = (R$ 6.000,00 + R$ 10.000,00) ÷ 0,3

PEE = R$ 53.333 (ou 1.066 unidades)

Nesse sentido, a loja nova precisaria vender 1.066 unidades de um produto ao mês para cobrir os custos do novo investimento, isto é, a abertura de uma filial.

Outros exemplos

Além do ponto de equilíbrio econômico, podemos calcular o ponto de equilíbrio financeiro e contábil. Vamos supor que você tenha uma loja de camisetas personalizadas e venda cada peça por R$30, sendo que o gasto para confeccionar cada uma delas é de R$15.

Sendo assim, as despesas fixas da sua confecção seriam de R$6 mil, e a depreciação dos equipamentos utilizados seria de R$500. Consideremos, ainda, que o lucro estipulado seja de R$2 mil.

Para calcular o ponto de equilíbrio contábil, pela fórmula, teríamos:

Ponto de equilíbrio contábil = R$6.000 ÷ R$15 = 400 unidades

Ponto de equilíbrio financeiro = (R$6.000 – R$500) ÷ R$15 = 367 unidades (valor arredondado)

Ponto de equilíbrio econômico = (R$ 6.000 + R$2.000) ÷ R$15 = 534 unidades (valor arredondado)

Ponto de equilíbrio econômico-financeiro

Ainda existe o ponto de equilíbrio econômico-financeiro. Ele é considerado, por muitos especialistas, como o mais completo de todos. A fórmula é:

Ponto de equilíbrio econômico financeiro = (despesas fixas – despesas não desembolsáveis + custo de oportunidade) ÷ margem de contribuição unitária

Assim, no nosso exemplo anterior, das camisas personalizadas, teríamos:

Ponto de equilíbrio econômico financeiro = (R$5 mil – R$500 +R$2mil) ÷ R$10 = 650 unidades.

Perceba que você pode calcular todos os pontos de equilíbrio para ter uma noção mais precisa da sua realidade. Dessa maneira, você consegue ter uma média de quantas unidades do produto é preciso vender para pagar suas contas, e a partir de quantas você consegue, de fato, lucrar.

Conclusão

Você viu até aqui que o ponto de equilíbrio é um cálculo importante, que mostra quanto uma empresa precisa vender para pagar as despesas e custos e não ter prejuízo. A partir desse valor, sim, o negócio começa a ter lucro.

O ponto de equilíbrio pode ser dividido em diferentes opções, dependendo do que é considerado no cálculo, como o ponto de equilíbrio contábil, o ponto de equilíbrio financeiro e o ponto de equilíbrio econômico — além do ponto de equilíbrio econômico-financeiro, que dá um panorama mais completo.

Calcular e acompanhar o ponto de equilíbrio da empresa ajuda você a entender qual deve ser o faturamento mínimo do seu negócio e também a preparar campanhas de vendas e outras ações a fim de sempre atingir o equilíbrio ideal, independentemente da sazonalidade.

Os pontos de equilíbrio econômico, financeiro e contábil ficaram mais claros agora? Se você ainda tem alguma dúvida, é só falar com a gente pelo WhatsApp. A equipe TagPlus está sempre pronta para auxiliar o seu negócio a conseguir resultados ainda melhores!

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Escrito por

Graduada em Comunicação, com especialização em Marketing Digital. Analista de Marketing, com foco em tráfego orgânico.

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