Fluxo de caixa operacional: o que é e como calcular?

O número de empresas fechadas em 2021 teve um aumento de quase 35% quando comparado ao ano anterior, de acordo com os dados do Ministério da Economia¹. São vários os motivos para isso, e a falta de gestão financeira é um deles. Assim, conhecer o que é e como usar o fluxo de caixa operacional é tão importante.

Gerir o próprio negócio é bastante desafiador. Quanto mais informações você tiver sobre sua empresa, contudo, mais fácil será tomar medidas acertadas e estratégicas.

Nesse sentido, acompanhar e analisar a saúde financeira do negócio por meio de métricas é indispensável. Nesse contexto, o fluxo de caixa é uma ferramenta que ajuda muito no dia a dia do gestor, especialmente do pequeno e médio empresário.

Entre os diferentes tipos, um bastante importante é o Fluxo de Caixa Operacional, ou FCO, resultante das entradas e saídas da sua empresa, considerando apenas as necessidades para a movimentação. Quer entender melhor? Siga conosco!

O que é o fluxo de caixa operacional?

O fluxo de caixa operacional, assim como os demais tipos de fluxos de caixa, também registra as entradas e saídas do seu negócio. A diferença é que ele registra apenas as movimentações relativas às operações da empresa.

Assim, quando for calcular o FCO, você não vai incluir na matemática as entradas e as saídas que não sejam relacionadas ao operacional, a exemplo de custos e ganhos financeiros.

Em outras palavras, o fluxo de caixa operacional demonstra as receitas das vendas e despesas geradas pela produção, incluindo a compra de matéria-prima, transporte, pagamentos dos funcionários, serviços prestados etc.

Deve-se utilizar o fluxo de caixa operacional sempre que houver o desejo de medir o desempenho financeiro de um negócio, pois funciona como um demonstrativo e ajuda na tomada de decisões no longo prazo.

Assim como o fluxo de caixa comum, o fluxo de caixa operacional deve ser medido de tempos em tempos. Afinal, além de dar ao gestor uma visão mais precisa do negócio, vai dizer o quanto de dinheiro está sendo gerado a partir da atividade principal da empresa. Vale ressaltar que o FCO não considera investimentos, variações de mercado, juros monetários e outros. 

Diferença entre fluxo de caixa operacional e outros tipos

Além do fluxo de caixa operacional, existem outros tipos de fluxos de caixa. Entender a que cada um se refere e como auxiliam sua gestão financeira é muito importante. Confira:

  • fluxo de caixa descontado: determina a valorização da empresa, projetando as riquezas que o negócio terá no futuro. Para isso, cria-se uma projeção do fluxo de caixa descontando os valores com custos de capital. É mais usado nos processos de compra e venda de ações ou aquisições de empresas;
  • fluxo de caixa direto: é o tipo mais usado, que registra os recebimentos e os pagamentos das atividades operacionais sem realizar qualquer tipo de desconto;
  • fluxo de caixa indireto: não se baseia na análise do fluxo de caixa, mas nos lucros e nos prejuízos do exercício apontados nos Demonstrativos de Resultados do Exercício (DRE);
  • fluxo de caixa projetado: permite fazer uma estimativa das entradas e saídas de acordo com os resultados obtidos. O gestor analisa o presente (pagamentos e recebimentos), faz uma média e projeta-os para o futuro, ajudando a prever períodos de alta e baixa, investimentos e a entender o quanto é preciso ter em caixa para cobrir sua operação;
  • fluxo de caixa livre: indica a capacidade que o negócio tem de gerar capital em curto, médio e longo prazo. Para isso, indica o saldo da comparação com o fluxo de caixa operacional.

É claro que você não precisará usar todos esses na sua gestão. Por isso, entender o que são e a que se referem é tão importante. Escolha os mais fundamentais para o dia a dia do seu negócio.

Qual a importância do fluxo de caixa operacional?

O fluxo de caixa operacional é extremamente importante, pois demonstra o quanto de dinheiro a empresa consegue gerar a partir do negócio principal que realiza. Veja mais detalhes.

Vendas a prazo

Se você tem um comércio e faz muitas vendas a prazo, por exemplo, analisar o fluxo de caixa operacional é crucial. Afinal, não é raro os gestores lançarem as receitas das vendas a prazo nos demonstrativos de resultados, porém o dinheiro dessas vendas não vem imediatamente.

Pelo contrário, o valor apenas entrará no caixa do negócio meses depois da venda realizada. Por isso, acompanhar o FCO ajuda o gestor a prever melhor suas entradas.

Outro fato comum é encontrarmos empresas com altos lucros baseados apenas em recebíveis, ou seja, nas vendas realizadas a prazo. Se houver uma crise, um negócio como esse estará em risco, porque há mais chances de calote e de você não receber pelas vendas realizadas.

Ao analisar o FCO, o gestor consegue ter uma visão mais precisa da sua situação —primordial para planejar seus investimentos.

Capital de giro

Além disso, o resultado do fluxo de caixa operacional é indispensável para realizar o planejamento financeiro da empresa no período estimado. Com controle financeiro eficiente, fica muito mais fácil identificar quais produtos e/ou serviços têm maior demanda e quais são as principais despesas.

Lembre-se de que o fluxo de caixa operacional não representa o resultado real, mas, sim, como seria o resultado da empresa se ela estivesse totalmente voltada à produção.

Dessa forma, usar o FCO no planejamento do seu negócio é imprescindível. Ele permite que você identifique o mínimo de caixa necessário para operacionalizar a empresa, ou seja, o capital de giro.

O que sobra dessa conta (o fluxo de caixa livre) pode ser empregado em outras atividades, que não estejam diretamente ligadas às operações.

Ao analisar o FCO, é possível tomar decisões financeiras mais estratégicas e planejar o que você pode ou não gastar, sem ficar descapitalizado para cobrir suas operações.Assim, algumas das vantagens de realizar o cálculo do FCO são:

  • visão geral do funcionamento do negócio e, consequentemente, a criação de um planejamento saudável;
  • compreensão da entrada e saída do dinheiro, facilitando reajustes e alterações na forma de vender e investir na empresa;
  • controle dos serviços prestados e contratados;
  • compreensão melhor das vendas a prazo;
  • planejamento do mínimo necessário de capital de giro para cobrir as despesas operacionais;
  • auxílio na tomada de decisões de curto e longo prazo.
Pessoa realiza compras em um estabelecimento e o funcionário está com o um computador aberto para realizar o fluxo de caixa operacional.

Como calcular o fluxo de caixa operacional?

Já está convencido de que o fluxo de caixa operacional é importante? Basicamente, existem dois métodos que você pode usar. Veja quais são eles.

Método Direto

Nesse método, você deverá ter em mãos alguns dados:

  • recebimentos de clientes;
  • pagamentos de fornecedores;
  • pagamentos a funcionários;
  • recolhimentos e pagamentos ao governo;
  • pagamentos a credores diversos.

Some todas as despesas e subtraia do valor das entradas, ou seja, do quanto você recebeu dos clientes. O resultado será o seu lucro operacional ou fluxo de caixa operacional.

Método Indireto

Para o cálculo no método indireto, você precisa ter o lucro líquido apresentado pela empresa nos demonstrativos de resultados. A partir dele, será preciso ajustar os efeitos pelos itens que afetam os resultados do fluxo de caixa, por exemplo, a amortização e a depreciação, que são efeitos puramente contábeis e não financeiros.

Caso você não tenha seu DRE em mãos, pode calcular o lucro total da empresa no período estimado. Para chegar a esse resultado, subtraia das receitas:

  • a folha de pagamento;
  • os custos de produção;
  • as demais despesas — fixas ou variáveis — fundamentais para a manutenção das atividades da empresa.

Desconsidere as tributações.

Depois, será preciso descontar a desvalorização  — perda do valor de um bem, decorrente de seu uso, do desgaste natural ou de sua obsolescência — da sua empresa e o recolhimento dos impostos. Esses dados são imprescindíveis para chegar ao resultado final.

Na sequência, é só aplicar a fórmula:

(Lucro antes dos impostos + Desvalorização) – Impostos = Lucro Operacional

Exemplo

Está muito complicado? Separamos um exemplo para entender como funciona o método indireto.

Suponha que sua empresa lucrou um total de R$ 80.000 e teve uma desvalorização de R$ 7.000. Já os impostos totalizaram o valor de R$ 21.000. Com esses dados, a fórmula ficaria:

(80.000 + R$ 7.000) – R$ 21.000 = R$ 66.000,00

Assim, você tem seu fluxo de caixa operacional no valor de R$ 66.000,00. Esse valor significa o quanto de caixa sua empresa gerou diante das atividades operacionais.

E o fluxo de caixa operacional negativo?

Se o resultado da fórmula acima trouxer um número negativo, isso indica que a sua empresa não está gerando caixa para cobrir suas operações. Um fato muito preocupante. Outra possibilidade é que esse dado indique dificuldades para receber suas vendas, como no caso de empresas com excesso de vendas a prazo.

Entender onde está o erro é crucial para que você consiga criar estratégias capazes de reverter a situação.

Por outro lado, um FCO positivo indica que sua empresa consegue cobrir todos os custos com a produção, registrando mais entradas que saídas no período analisado.

Apesar de ser uma conta simples de fazer, às vezes, utilizar somente planilhas para manter o controle não é suficiente. Por isso, a fim de evitar erros e falhas, é interessante ter um software de gestão que integre seus dados e automatize funções.

Como o TagPlus pode ajudar?

O TagPlus é um software de gestão que auxilia o gestor a controlar, com mais precisão e de forma automática, diversos pontos que influenciam diretamente a sua gestão financeira.

Com ele, você poderá acompanhar todas as suas entradas e saídas, gerar relatórios e até automatizar ações necessárias na rotina de um empresário.

Por exemplo, a cada venda feita, o sistema consegue, automaticamente, dar baixa no estoque e já lançar a movimentação no seu fluxo de caixa. Assim, fica mais fácil exportar os dados para calcular os diferentes tipos de fluxo de caixa e gerir o estoque com mais precisão.

Além de assegurar a confiabilidade das informações, a automatização traz mais tranquilidade aos empresários, liberando tempo para focarem em outras atividades mais estratégicas ao negócio.

Dentre todas as funcionalidades que fazem com que um sistema de gestão seja eficaz, a principal é mostrar o caminho a ser seguido e as melhores decisões a serem tomadas, visando sempre o crescimento e o equilíbrio da empresa.

Agora você já sabe tudo sobre o fluxo de caixa operacional? Quer melhorar seus resultados? Continue aprendendo: confira o nosso conteúdo com os diferentes tipos de estoque e veja como geri-los corretamente!

¹ https://noticias.r7.com/economia/numero-de-empresas-abertas-bate-recorde-e-falencias-saltam-35-09022022

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Escrito por

Graduada em Comunicação, com especialização em Marketing Digital. Analista de Marketing, com foco em tráfego orgânico.

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